quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

72 Horas Para Morrer – Ricardo Ragazzo


   Sufocante! É a melhor maneira de definir o livro de estreia de Ricardo Ragazzo. Confesso que peguei o livro por acaso em uma livraria e me surpreendi. Quem lê com frequência sabe das dificuldades de contar uma história, ter uma medida exata dos temperos narrativos não é para qualquer um não, e nesse quesito Ragazzo é um verdadeiro mestre-cuca.
    O livro conta a história de Júlio Fontana, ele é delegado em uma cidadezinha chamada Novo Salto. Júlio é um desses homens da lei fortes ao extremo. Seus métodos para conseguir informações nem sempre são ortodoxos.
    Ele é viúvo e cria sozinho sua filha Laura. Desde o acidente de carro que vitimou sua mãe, Laura tem uma relação instável com Júlio. Por aí você já imagina o ambiente sombrio que domina a vida desse delegado, o problema é as coisas estão prestes a degringolar de vez na vida dele com a aparição de um Serial Killer na cidade.
    Um assassino em série por si só já seria um desafio duríssimo para um delegado, mas esse assassino está empenhado única e exclusivamente em matar as pessoas próximas a Júlio, para se vingar de algo que o delegado nem consegue imaginar do que se trata, e ele vai enfrentar uma corrida contra o tempo para descobrir a identidade desse monstro antes que ele chegue até a sua preciosa filha Laura.
   Será que ele via conseguir?
   O suspense na trama é de tirar o fôlego, o livro é tão intenso que não consegui parar de ler e terminei em menos de dois dias. Além dos personagens principais da trama o livro traz algumas gratas surpresas. Alguns personagens meramente coadjuvantes em um determinado momento da trama se revelam e protagonizam cenas de pura tensão.
   O perfil forte e truculento de Júlio Fontana me fez criar para ele a imagem de um Wagner Moura cinquentão fazendo uma reedição do Capitão Nascimento. É só pensar naquela cara do capitão Nascimento cheio de fúria, quebrando tudo para matar o bandido.
   O final do livro vai ter surpreender com certeza.
   Passei o livro todo apostando em um(a) personagem e errei vergonhosamente. Méritos para o Ragazzone que amarrou muito bem sua trama sem deixar brechas para adivinhações. E olha que sou leitor assíduo da grande dama do crime Agatha Christie.
   O livro é nota dez e recomendo que se vocês tiverem uma brecha nas suas concorridas agendas não devem deixa-lo passar em branco.
   Não se esqueçam dessa máxima:
   “Pior do que conhecer um Serial killer, é um Serial Killer conhecer você.”

                Por hoje é só, até o próximo post.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A Elite - Renan de Simone.

   Olá queridos leitores. Um ótimo 2012 para todos nós!
   Quando recebi este livro das mãos do primo do autor eu não sabia muito bem o que esperar. Com o blog, é normal recebermos convites para lançamentos de livros e tudo mais. Isso (diga-se de passagem) me honra muito. É muito legal fazer parte das histórias de vida dos autores, ajudando nem que seja só um pouquinho na divulgação dos seus trabalhos.
   Infelizmente não pude prestigiar o lançamento do livro, mas tive acesso a um exemplar muito especial. Nada menos do que o livro com a dedicatória para os familiares mais próximos. Como não existem muitas resenhas sobre esse livro na net, acho que posso ajudá-los na hora de decidir se vai ler ou não este livro. Bom, vamos a ele!
   O livro conta a história de um grupo de amigos que se envolvem nas mais variadas situações. O autor tem uma narrativa simples e bem arranjada, tornando bem fácil a leitura.  A trama é narrada em primeira pessoa pelo personagem principal que se chama Ricardo. Outra coisa interessante do livro é ele é quase todo narrado em flashback. Vindo da adolescência dos personagens até a idade adulta.
   Além de Ricardo, o livro descreve com detalhes outros nove personagens, isso inicialmente, por isso eles eram chamados de A Elite dos dez. Com o passar dos capítulos, novos amigos entram na trama fazendo o grupo ser chamado somente de A Elite.
   Pensamentos, emoções, teorias malucas ajudam a compor os cada personagem em seu nível mais íntimo.
   O que mais me impressionou ao ler o livro foi a profundidade dos personagens, grande parte das situações que o autor põe no texto nos faz lembrar nossa própria época de escola. Quem nunca assinou uma camiseta de um colega no final de ano não é?
   Duas coisas que me incomodaram no conjunto da obra foram a imagem de capa e o título do livro. Não por serem ruins ou qualquer coisa do tipo. O problema é que os dois sugerem que se trata de um livro essencialmente de ação, essa foi a idéia que tive quando peguei o livro nas mãos. Hoje em dia não temos como não associar a termo Elite com algo voltado para esse tema. A arma e o mapa reforçam essa idéia prévia. Nesse ponto não sei se foi acidental ou intencional, o livro tem um pouco de ação sim, mas classificá-lo como livro de ação seria enganar o leitor. Portanto acredito que a editora errou na escolha da capa mais sem má fé (assim espero). Quanto ao título é justificável, pois é uma escolha particular do autor e o nome tem a ver com o texto e é citado inúmeras vezes na trama.
   Mas isso não é nada que torne o livro contra-indicado. A história é boa, muito bem narrada e traz um autor jovem começando sua carreira como escritor. Todos sabem que o que falta no nosso país é oportunidade para os jovens talentos publicarem seus trabalhos.  Eu mesmo já li um livro sensacional que foi rejeitado em várias editoras e até hoje não foi publicado.
   Até a próxima!