quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ói Nóis Aqui Traveis!


"Voceis pensam que nóis fumos embora
Nóis enganemos voceis
Fingimos que fumos e vortemos
Ói nóis aqui traveis
Nóis tava indo
Tava quase lá
E arresorvemo
Vortemos prá cá
E agora, nóis vai ficar fregueis
Ói nóis aqui traveis."

   Olá amigos leitores, resolvi começar esse texto com essa maravilhosa marchinha dos Demônios da Garoa para explicar minha ausência aqui do blog.
   Como todo mundo que passou por aqui nos últimos dias (meses?) deve notado que eu estava desaparecido e alguns até acharam que era o fim do O Literata. Mas não é nada disso não.
   Eu realmente pensei que não dava mais pra mim, mas me deixe explicar os motivos, pois talvez eu até consiga me justificar (ou não né kkk).
   Eu tenho esse blog já faz tempo e era divertido estar por aqui e compartilhar minhas experiências literárias, mas de uns meses pra cá a coisa começou a perder o sabor. Eu tentei criar uma periodicidade nas resenhas e acabei arranjando uma pressão desnecessária sobre as minhas ideias e adivinha o que aconteceu? BLOQUEIO. Era como se minha mente estivesse completamente fechada para os assuntos do blog. Não vinha nada mesmo, nadinha, embora eu continuasse a ler com a mesma paixão de sempre, mas as resenhas não saiam.
   Então eu parei, e comecei a procurar qual era o problema comigo, por que raios eu não estava conseguindo escrever mais nada de útil por aqui. Foi então que eu encontrei minha resposta.
   Na ânsia de tornar o blog mais profissional, com dias certos e postagens com data marcada, eu acabei transformando minha diversão em um trabalho como outro qualquer. Antes, eu escrevia por amor e agora era uma obrigação, as vezes eu estava em casa, cheio de coisas pra fazer mas não conseguia para de pensar no blog e não me concentrava em nada direito.
   Então veio o afastamento.
   Limpei a mente, e entendi que não sou obrigado a criar um post novo a cada dia. Eu posso postar só quando tiver algo realmente legal pra dizer. Isso é bom pra mim e honesto com meus leitores, afinal, você não tem tempo de ficar acessando o meu blog de hora em hora, você deve ter milhares de coisas pra fazer e ler meu blog é só mais uma delas.
   Então, nossos encontros vão continuar. Em breve eu trago algo novo e bem bacana pra vocês. Tenho lido uns livros muito legais e estou louco pra compartilhar essas experiências com meus nobres leitores. Vocês já ouviram falar de Isaac Asimov? Estou lendo um livro dele que é muito bacana, mas isso é outra história.
   Não desistam de mim, pois não desistirei de vocês!
   Até logo! 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Eu Sei o Que Você Está Pensando – John Verdon

  Olá meus amigos. Estou feliz por poder fazer mais um post para O Literata, esse post é sobre um livro que terminei de ler nesse exato instante. Queria postar já ontem só que não consegui terminar de ler o livro até agora mas valeu a pena.
   O livro de estreia de John Verdon é sensacional, primeiro por se tratar de um thriller policial (tema que eu adoro) e segundo porque a ideia original do livro é realmente original. Rs.
   Imagine receber uma carta de um remetente desconhecido, na carta está escrito o seguinte:


Você acredita em destino? Eu acredito, porque achei que nunca iria vê-lo de novo, até que um dia... ali estava você. Tudo voltou: O Modo como você fala, como se mexe – e, acima de tudo, como pensa. Se alguém lhe dissesse para pensar em um número, sei em que número você pensaria. Não acredita? Vou provar. Pense em qualquer número de um a mil – no primeiro número que lhe vier à mente. Visualize-o. Agora veja como conheço seus segredos. Abra o envelope pequeno.


  Imaginou? Pensou em um número? Agora imagine a sua surpresa em descobrir que o número que você acaba de pensar está impresso dentro do envelope pequeno...
   Essa é a temática do livro e a carta foi enviada a um amigo de faculdade de Dave Gurney, investigador aposentado da policia de Nova York. Após se aposentar, Gurney se mudou para uma cidade rural com sua esposa Madeleine para tentar viver sua aposentaria longe dos caçadas que o fizeram famoso na polícia, ele era especialista em assassinos em série.
   A visita de seu antigo amigo de faculdade Mark Mellery, acaba colocando Gurney na cola de um assassino impiedoso e tão inteligente que não se sabe se será possível prendê-lo.
   Como é comum em minhas resenhas, eu não dou muitos detalhes do enredo, pois meu intuito é que você leia o livro. Mas devo dizer que esta trama é repleta de sacadas interessantes que o autor foi semeando no livro e que foram me surpreendendo a cada página.
   Em um livro de investigação é comum que só o protagonista tenha profundidade, mas nesse livro vários personagens tem uma composição bem ampla. Um destaque especial vai para a esposa de Gurney, Madeleine. Ela é uma personagem tão complexa que no começo os leitores sentem um pouco de repulsa para com ela, mas no decorrer do livro passamos a conhecê-la mais a fundo e eu passei a gostar muito dela e torcer para que tudo desse certo no final.
   Em livros como esse isso nunca é garantido. A relação dos dois é tensa de uma forma que me deixava desconfortável, era como se eu estivesse assistindo uma briga de casal em público e isso sempre me deixa constrangido.
   O livro é recomendadíssimo e não duvido que logo ele apareça nos cinemas do mundo afora. Trama para isso ele tem de sobra. Se puder, não deixe de ler.
   Até o próximo post.

domingo, 1 de abril de 2012

Coleção Abril Clássicos de Literatura Juvenil

Olá amigos, quem me conhece já sabe que além de leitor apaixonado eu sou também um colecionador de livros. Meu sonho é transformar um dos quartos da minha casa em uma biblioteca e ter todas as paredes forradas de livros, do chão ao teto, e para isso eu sempre falo para os meus amigos que eu aceito doações de livros. Não importa o tema, pode ser do que for que eu aceito mesmo. Com o preço dos livros aqui no Brasil não é pra menos né.
   Bom, pedir é fácil, mas ganhar que é bom mesmo quase nunca. Então um dia o meu amigo Leonardo Moccia me disse que tinha uns livros que a mãe dele guardava há muitos anos e que ela estava disposta a doar por não ter mais onde guarda-los. Sem pensar eu me prontifiquei a pegar os livros na hora.
   Quando alguém tem uns livros antigos pra te dar, a primeira coisa que vem na cabeça é que devem ser obras pouco conhecidas, difíceis de ler, ou caindo aos pedaços. Imaginem a minha surpresa quando fui buscar os livros e me deparei com a Coleção Clássicos da Literatura Juvenil da Editora Abril. A coleção tem livros fantásticos como Moby Dick, A Ilha do Tesouro e Ben-Hur. Isso só para citar alguns, pois a coleção tem 50 volumes e a que eu ganhei está completa e todos os livros estão em ótimo estado de conservação.
   Só por ter ganhado 50 volumes eu já estava muito feliz, mas ao avaliar os livros eu descobri que eles eram um verdadeiro achado. Todos eles são primeiras edições do copyright da Editora Abril e o mais antigo tem 40 anos. A coleção foi lançada quinzenalmente começando em novembro de 1971 e foi até 1973.
   Cada livro é um clássico literário e alguns ainda têm uma particularidade que os torna ainda mais raros. O terceiro volume se chama As Aventuras de Tom Sawyer do autor Norte Americano Mark Twain. O que tem de especial nisso? Tem o fato de a tradução ter sido feita por ninguém menos que Monteiro Lobato. Muito legal.
   Além disso, todos os livros têm ilustrações muito bacanas para ajudar nossas mentes na concepção da aparência dos personagens e lugares.
   Como a maioria dos livros foi impressa antes dos acordos ortográficos a maioria das palavras foram escritas de uma forma que eu nunca havia visto. Em breve eu espero ler algum deles para poder fazer a resenha aqui no blog, com tantos clássicos eu acho que a dificuldade será só escolher qual deles.
   Para quem ficou com vontade de ler um desses clássicos, a Editora Abril lançou recentemente uma colação chamada o prazer da leitura. As coleções são basicamente iguais, mas nesta mais nova só serão lançados 22 volumes.
   Por fim, gostaria de agradecer o Leonardo pelo grande presente.
   Até o próximo post.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Tempo Fechado – Ken Follett


  Olá amigos leitores, primeiramente, gostaria de pedir milhares de desculpas por todo o tempo que passei sem postar nada de novo. Quem tem um blog deve saber que atualizações são obrigatórias, pois meu blog não tem muitos leitores, mas os leitores que tenho são muito fieis e sempre visitam o blog procurando algo de novo ou relendo os textos antigos.
   Recentemente passei por uns momentos difíceis e isso me afastou um pouco aqui do blog. Computador queimado, internet off e carro batido foram alguns dos motivos, mas não tem desculpa não. Peço que me perdoem todos os meus leitores cativos, sejam eles do Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Rússia, etc. Só para citar os países com maior número de visitas. Espero ainda contar com a presença de vocês aqui no blog, afinal, ele só existe por causa de vocês.
   Mas vamos ao livro rs. Como as coisas andavam nubladas pro meu lado, a escolha do título não poderia ser mais acertada.
   Tempo fechado, é um livro do autor britânico Ken Follett. Como a maioria dos livros de Ken, a trama puxa mais para o lado da ação do que do suspense. Se bem que no decorrer do livro o leitor é pego de surpresa várias vezes.
   O livro conta a história do Laboratório farmacêutico Oxenford Medical e suas instalações na Escócia que são tão impenetráveis que o laboratório foi apelidado de Kremlin. A protagonista da trama é Toni Gallo, chefe de segurança do laboratório e é quem tem a missão de proteger o principal patrimônio do laboratório que neste caso trata-se de um novo vírus, extremamente letal e que no mercado negro valeria milhares de dólares.
   Isso por si só daria uma boa salada, mas Ken Follett não é alguém a quem se possa chamar de preguiçoso.    Para apimentar as coisas ele põe em cena a família Oxenford, que são proprietários do laboratório e possuem personalidades divergentes. Não quero falar muito sobre isso, pois cada um dos três filhos do magnata dono do laboratório tem uma cota importante na evolução da trama e vocês devem descobrir sozinhos. 
   Sabe o vírus que eu falei ? Segue uma breve descrição de como ele atua nas palavras do próprio autor: 
"Sangrava por todos os orifícios do corpo: olhos, narinas, boca, ouvidos, no meio de uma poça de sangue que encharcava o chão de tábuas." Este era o resultado de quem entrava em contato com o Madoba 2, o perigoso vírus mantido na empresa farmacêutica Oxenford Medical, que fazia pesquisas com vírus letais. "Segurança ali era questão de vida ou morte."
   É a segurança disso que Toni Gallo deve manter, mas o problema é que um grupo de extremistas resolveu aproveitar as festas de final de ano para criar uma brecha na segurança e se apoderar do vírus, isso já seria um pesadelo para Toni, mas o pior é que os bandidos terão ajuda de dentro do laboratório, de onde menos se espera.
   O texto tem uma trama repleta de reviravoltas e personagens marcantes, e o mais fantástico de tudo é que todas as histórias confluem e colocam todos os personagens no mesmo lugar, debaixo da maior nevasca que ajuda a justificar a escolha do nome do livro.
   O livro vale muito a pena e vocês irão "amar" odiar os bandidos, principalmente Dayse, uma brutamontes mais sádica e violenta do que os outros dois juntos. A sequência final do livro é tão tensa que não dá para parar de ler, e a narrativa é tão rica em detalhes que os leitores sentirão o mesmo frio que assola os personagens. 
   Espero que vocês tenham gostado do nosso retorno e aguardem novos posts, agora todas as quartas e sábados religiosamente.
    Até lá

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Rainha do Crime – Agatha Christie

   Hoje vou escrever sobre um dos temas literários que mais me apaixonam: Suspense Policial.
   Esse gênero tem adeptos em todo o mundo e é responsável por trazer à luz da fama alguns dos maiores nomes da literatura de todos os tempos. Eu poderia encher muitas páginas com nomes de grandes autores desse gênero, mas entre todos vamos falar da autora que mais se destacou e ficou conhecida como a Rainha do Crime, Agatha Christie.
   Agatha Christie é uma autora inglesa que escreveu mais de uma centena de livros que alcançaram sucesso internacional. No entanto, quando pensamos em livros sobre detetives logo nos lembramos de Sherlock Holmes, mas claro que você sabe que Sherlock é criação do também britânico Sir Arthur Conan Doyle. Ao contrário de Doyle que escreveu sua obra toda baseada em Sherlock e seu amigo Dr. Watson (quem não se lembra da célebre frase: “É elementar meu caro Watson”)
    Por outro lado, Agatha Christie criou quatro personagens investigadores e dois deles não poderiam ser mais peculiares. O primeiro e mais famoso de todos é o detetive Belga Hercule Poirot, um verdadeiro mestre no uso de suas famosas células cinzentas para deduzir coisas onde só veríamos cortinas de fumaça. A segunda é Miss Marple, uma solteirona que tem o hábito de comparar situações e pessoas do seu passado para desvendar os mistérios que atormentam seus vizinhos e amigos.
   Conhecer a fundo a obra de Agatha é conhecer também a natureza humana, pois em seus livros encontramos muito de Psicologia. É possível comparar alguns de seus personagens com pessoas que conhecemos ao longo da nossa vida.
   Seus livros retratam uma Inglaterra das décadas de 30, 40 e 50 em todo o seu esplendor, mesmo após a devastação da Segunda Guerra Mundial.

   Minha historia com Agatha Christie começou quando eu tinha treze anos de idade e a Editora Altaya Record lançou uma coleção em bancas de jornal com os principais títulos da Rainha do crime. Eu me lembro de que os lançamentos eram semanais só e que no volume um vieram dois livros: O Assassinato no Expresso do Oriente e A Mansão de Hollow. Minha irmã Elisabete comprou o volume um e me deu, depois, todas as semanas eu pentelhava meu irmão Ailton para comprar os volumes seguintes. Na minha família ninguém era adepto dos livros, mas meus irmãos foram os responsáveis por me dar condições de desenvolver esse vício que carrego comigo desde então. Ao todo a coleção teve 63 volumes dos quais eu só perdi um, e dos 62 que tenho eu já li 42. 
   Agatha Christie é uma das autoras mais vendidas do mundo, suas obras atingiram a incrível soma de dois bilhões de exemplares vendidos. Seus livros alcançaram sucesso nas livrarias, nos cinemas e até nas salas de teatro.  Inclusive um de seus livros recebeu uma adaptação para o teatro que entrou para o Guinness Book of World Records como a peça de teatro com mais tempo em cartaz. 
   The Mousetrap estreou em 25 de Novembro de 1952 no Ambassadors Theatre em Londres, em 25 de Março de 1974 foi para o St. Martin's Theatre, e continua lá até hoje.
   Sem sombra de duvida Agatha é uma das autoras mais cultuadas da Inglaterra e logo mais vou começar uma série de posts com as obras que já tive o prazer de ler. Se você ainda não leu nenhum livro de Agatha Christie não perca mais tempo, ele vai te ajudar a esquecer daquela velha historia de que em livros de mistério o suspeito número um é sempre o mordomo.
   Um fato curioso é que dos 42 livros que li dela em nehum eu consegui descobrir o assassino. Kkk
   Se vocês tiverem alguma preferência sobre a primeira resenha sobre Agatha Christie é só deixar um comentário com o nome do livro que se eu já tiver lido eu faço a resenha dele, se não, eu leio, porque essa é uma autora que não se torna enjoativa, pois nunca se repete.
   Até o próximo post.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Um Caso Arquivado – Philip Gourevitch

   Quando decidi escrever esse blog, uma das minhas ideias fundamentais era indicar para meus leitores livros que haviam marcado a minha vida de alguma forma. Na minha ingênua forma de pensar, eu seria um arauto da literatura, com a missão de divulgar os melhores livros para quem precisasse de uma boa dica.
   O que o passar do tempo à frente desse blog me revelou foi que eu aprendo muito mais do que sou capaz de ensinar e recebo melhores indicações de livros do que sou capaz de dar.
   Uma dessas indicações de peso eu recebi de um grande Jornalista do qual tenho a honra de ser colega de trabalho e talvez um dia possa conviver com ele a ponto de poder chamar (não sem uma pontada de orgulho) de amigo. Essa cara genial já esteve no comando das redações de revistas como VIP, Contigo, Riders etc. Seu nome é Edson Rossi, confira uma entrevista muito bacana feita pela revista Mensch clicando aqui. Pois então, ontem estava trabalhando e o Edson passou pela minha mesa parou e disse: “Trouxe esse livro pra você. É muito bom.” Ele não poderia estar mais certo. Mas vamos falar do livro:
   O também jornalista Philip Gourevitch nos leva em um maravilhoso mergulho na Nova York das décadas de 60 e70. Sua narrativa conta a história real de um duplo homicídio que ficou arquivado por quase trinta anos e a justiça só foi feita porque um policial mais do que resignado decidiu que não poderia se aposentar sem colocar o assassino atrás das grades.
   A narrativa acompanha todos os passos da investigação empreendida pelo policial Andy Rosensweig que não aceitava o fato de a polícia arquivar o caso pelo simples fato de “presumir” que o assassino já estivesse morto.  Ler esse livro me fez percorrer novamente as ruas de Hell’s Kitchen e Little Italy. Lugares onde já havia estado em companhia dos Corleones de Mario Puzzo.
   O mais fantástico dessa história é que todos os personagens são reais, encantadores ou monstruosos, mais acima de tudo reais. A narrativa é tão fluida e rica que quase podemos sentir o cheiro daquelas ruas infestadas de vagabundos e Gangsters. Outro ponto favorável desse livro é que o autor coloca os pontos de vista de todos os envolvidos, desde investigadores, passando pelo criminoso e até seu defensor foi abordado e esse advogado acrescenta uma série de diálogos excelentes.
   O livro é relativamente pequeno, têm apenas 140 páginas, é de leitura tão fácil que eu o terminei em apenas duas noites.
   Recomendo a leitura desse livro reportagem que além de tudo que já disse ainda mostra a evolução da polícia Nova Yorkina desde os tempos de corrupção financiada pela máfia até os dias de hoje.
   Até o próximo post.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

72 Horas Para Morrer – Ricardo Ragazzo


   Sufocante! É a melhor maneira de definir o livro de estreia de Ricardo Ragazzo. Confesso que peguei o livro por acaso em uma livraria e me surpreendi. Quem lê com frequência sabe das dificuldades de contar uma história, ter uma medida exata dos temperos narrativos não é para qualquer um não, e nesse quesito Ragazzo é um verdadeiro mestre-cuca.
    O livro conta a história de Júlio Fontana, ele é delegado em uma cidadezinha chamada Novo Salto. Júlio é um desses homens da lei fortes ao extremo. Seus métodos para conseguir informações nem sempre são ortodoxos.
    Ele é viúvo e cria sozinho sua filha Laura. Desde o acidente de carro que vitimou sua mãe, Laura tem uma relação instável com Júlio. Por aí você já imagina o ambiente sombrio que domina a vida desse delegado, o problema é as coisas estão prestes a degringolar de vez na vida dele com a aparição de um Serial Killer na cidade.
    Um assassino em série por si só já seria um desafio duríssimo para um delegado, mas esse assassino está empenhado única e exclusivamente em matar as pessoas próximas a Júlio, para se vingar de algo que o delegado nem consegue imaginar do que se trata, e ele vai enfrentar uma corrida contra o tempo para descobrir a identidade desse monstro antes que ele chegue até a sua preciosa filha Laura.
   Será que ele via conseguir?
   O suspense na trama é de tirar o fôlego, o livro é tão intenso que não consegui parar de ler e terminei em menos de dois dias. Além dos personagens principais da trama o livro traz algumas gratas surpresas. Alguns personagens meramente coadjuvantes em um determinado momento da trama se revelam e protagonizam cenas de pura tensão.
   O perfil forte e truculento de Júlio Fontana me fez criar para ele a imagem de um Wagner Moura cinquentão fazendo uma reedição do Capitão Nascimento. É só pensar naquela cara do capitão Nascimento cheio de fúria, quebrando tudo para matar o bandido.
   O final do livro vai ter surpreender com certeza.
   Passei o livro todo apostando em um(a) personagem e errei vergonhosamente. Méritos para o Ragazzone que amarrou muito bem sua trama sem deixar brechas para adivinhações. E olha que sou leitor assíduo da grande dama do crime Agatha Christie.
   O livro é nota dez e recomendo que se vocês tiverem uma brecha nas suas concorridas agendas não devem deixa-lo passar em branco.
   Não se esqueçam dessa máxima:
   “Pior do que conhecer um Serial killer, é um Serial Killer conhecer você.”

                Por hoje é só, até o próximo post.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A Elite - Renan de Simone.

   Olá queridos leitores. Um ótimo 2012 para todos nós!
   Quando recebi este livro das mãos do primo do autor eu não sabia muito bem o que esperar. Com o blog, é normal recebermos convites para lançamentos de livros e tudo mais. Isso (diga-se de passagem) me honra muito. É muito legal fazer parte das histórias de vida dos autores, ajudando nem que seja só um pouquinho na divulgação dos seus trabalhos.
   Infelizmente não pude prestigiar o lançamento do livro, mas tive acesso a um exemplar muito especial. Nada menos do que o livro com a dedicatória para os familiares mais próximos. Como não existem muitas resenhas sobre esse livro na net, acho que posso ajudá-los na hora de decidir se vai ler ou não este livro. Bom, vamos a ele!
   O livro conta a história de um grupo de amigos que se envolvem nas mais variadas situações. O autor tem uma narrativa simples e bem arranjada, tornando bem fácil a leitura.  A trama é narrada em primeira pessoa pelo personagem principal que se chama Ricardo. Outra coisa interessante do livro é ele é quase todo narrado em flashback. Vindo da adolescência dos personagens até a idade adulta.
   Além de Ricardo, o livro descreve com detalhes outros nove personagens, isso inicialmente, por isso eles eram chamados de A Elite dos dez. Com o passar dos capítulos, novos amigos entram na trama fazendo o grupo ser chamado somente de A Elite.
   Pensamentos, emoções, teorias malucas ajudam a compor os cada personagem em seu nível mais íntimo.
   O que mais me impressionou ao ler o livro foi a profundidade dos personagens, grande parte das situações que o autor põe no texto nos faz lembrar nossa própria época de escola. Quem nunca assinou uma camiseta de um colega no final de ano não é?
   Duas coisas que me incomodaram no conjunto da obra foram a imagem de capa e o título do livro. Não por serem ruins ou qualquer coisa do tipo. O problema é que os dois sugerem que se trata de um livro essencialmente de ação, essa foi a idéia que tive quando peguei o livro nas mãos. Hoje em dia não temos como não associar a termo Elite com algo voltado para esse tema. A arma e o mapa reforçam essa idéia prévia. Nesse ponto não sei se foi acidental ou intencional, o livro tem um pouco de ação sim, mas classificá-lo como livro de ação seria enganar o leitor. Portanto acredito que a editora errou na escolha da capa mais sem má fé (assim espero). Quanto ao título é justificável, pois é uma escolha particular do autor e o nome tem a ver com o texto e é citado inúmeras vezes na trama.
   Mas isso não é nada que torne o livro contra-indicado. A história é boa, muito bem narrada e traz um autor jovem começando sua carreira como escritor. Todos sabem que o que falta no nosso país é oportunidade para os jovens talentos publicarem seus trabalhos.  Eu mesmo já li um livro sensacional que foi rejeitado em várias editoras e até hoje não foi publicado.
   Até a próxima!